Arianne Botelho, vilã em ‘A lei do amor’, afirma que ser feminista impacta: ‘assusta os machistas’

Extra Online – ’ Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo Numa sexta-feira de verão, Arianne Botelho chega aos bastidores deste ensaio de moda usando blusinha fresca, saia jeans e rasteirinha. Nas mãos, o celular e a biografia de Frida Kahlo. As inspirações feministas e o apego à família são só algumas características que distanciam a atriz Arianne Botelho da vilã Aline de “A lei do amor”. Em seu segundo papel na TV — o primeiro foi “Amorteamo” (2015) —, a jovem de 23 anos foi premiada com uma mulher interesseira que se entrega à prostituição por dinheiro. — Aline é vazia por dentro. Ela tenta preencher essa lacuna com grana. É doente de caráter e de alma — lamenta a intérprete, que se esquiva dos que têm má índole na vida real: — Eu fujo de briga, prefiro me afastar de pessoas falsas. O que não me faz bem eu não quero por perto. Busco agir pelo amor, tento escutar meu coração. As vozes a que Arianne dá ouvidos nem sempre estão próximas. A paulista vive no Rio sozinha, distante dos pais e da irmã mais nova. Na Cidade Maravilhosa, se precisar de socorro, ela chama as amigas no WhatsApp, mas avisa que também tem com quem contar no tête-à-tête: — Ao cozinhar feijão na panela de pressão pela primeira vez, pedi ajuda pelo celular (risos)! E, de vez em quando, recorro a Manu (Emanuelle Araújo, a Yara da trama) também. A gente se tornou mãe e filha “de verdade”. Sem ciúme, os pais da atriz só têm resistência a uma questão: entender os comentários dos telespectadores da novela das nove na internet. — Eles ficam bravos quando as pessoas me xingam (risos) — explica. Apesar do jeito meigo, a paulista também é capaz de sair do sério. — Já ouvi um cara dizer que não deixaria “mulher dele” virar atriz. O que é isso? Primeiro, ele mostra o sentimento de posse. Depois, quer decidir a profissão da namorada. O que a pessoa quer ser não tem a ver com o relacionamento. Eu não desejei ser atriz para dar beijo técnico em galã — defende-se Arianne, que está solteira, e se posiciona: — O feminismo liberta a mulher. Por isso assusta os machistas. E é melhor que eles se afastem mesmo. Para me encantar, o cara precisa me entender e me respeitar. Nada de querer me domar como se eu fosse um bicho. Formação “Fiz três anos de curso de interpretação, participei de uma companhia de teatro e de cursos de TV. Entrei no teatro quando ainda era menor de idade, aos 17 anos”. Um artista na família “Tenho um avô falecido, Geraldo Botelho, que cantava moda de viola. Ele e o irmã gêmeo tinham uma dupla chamada Ramo & Raminho. Minha mãe me conta histórias de que ele chegou até a cantar nas rádios de São Paulo. Nas festas da família, eles faziam aquele modão. Ele ia gostar de me ver trabalhando como artista”. Religião “Eu fui criada no catolicismo, vou à missa, tenho fé e sou devota de Nossa Senhora Aparecida. Mas também acredito em tudo o que for do bem, em várias religiões. Todas as religiões são válidas quando praticam o amor e têm Deus no centro”. Programa preferido no verão “No Rio, eu vou à praia, curto andar de bicicleta, ir ao cinema. Também gosto de ir a lugares que tenham natureza. E faço muitas coisas sozinha. Gosto de ter independência para isso”