O município de Santana do Cariri, será sede do Centro de Referência Casa de Pedra da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que será instalado em Santana do Cariri. O projeto tem o objetivo de acolher estudantes, professores e pesquisadores em Geociências para a prática de atividades de ensino e extensão nas áreas de geologia, geografia, paleontologia e meteorologia.
O Centro terá capacidade de atender cerca de 60 alunos e terá agendamento de uso. A permanência máxima será de dez dias para ampliar a utilização por várias instituições. Um dos projetos visa a difusão das Geociências e a qualificação de docentes do ensino médio e fundamental, com a parceria da Universidade Regional do Cariri (Urca). "Aspectos como o uso dos recursos hídricos, sustentabilidade, gestão territorial, clima e temas relacionados à geografia humana também estão no cerne das nossas ações", cita o coordenador do projeto e diretor do Instituto de Geociências da UFRJ, professor Ismar Carvalho.
Segundo ele, a Casa de Pedra é uma oportunidade para os alunos conhecerem uma realidade cultural, social e econômica distinta. "Creio que neste contexto a troca de saberes será profundamente enriquecedora", afirma.
A conservação de fósseis também está inserida nos objetivos das pesquisas na área, caracterizada pela diversidade fossilífera de insetos, peixes e répteis. A Chapada do Araripe é o berço de descobertas esclarecedoras para a paleontologia. Em abril, foi divulgado o achado do primeiro coração fossilizado de um vertebrado, em pesquisa coordenada pelo médico José Xavier Neto, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio/CNPEM).
Em junho de 2015, foi anunciada a descoberta do fóssil do pássaro mais antigo do Brasil. Também no ano passado, foi divulgado o achado de um fóssil de uma serpente de quatro patas, que comprovava a relação evolutiva entre cobras e lagartos.
Acervo
A Casa de Pedra foi construída com pedras cariri da própria região e mão-de-obra local. Por enquanto, a UFRJ busca parcerias para dividir os gastos com a manutenção e funcionamento do local, mas a ideia é que ele seja autossustentável.
O terreno foi doado pela Prefeitura de Santana do Cariri, que assinou contrato de cooperação com a universidade em setembro de 2014. A demora para a finalização do projeto, conforme Ismar, deve-se ao tempo necessário para a realização da escritura e da incorporação do patrimônio. "Eu diria que foi, em realidade, um recorde frente às dificuldades de tramitação do projeto e execução física", frisa.
Os custos do projeto não foram divulgados, mas além do apoio orçamentário da UFRJ, os recursos são advindos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), CNPq, Programa de Formação de Recursos Humanos da Petrobras (PFRH), Associação Brasileira de Geólogos do Petróleo (ABGP) e ANP (Programa de Recursos Humanos – PRH-18 Biossedimentologia). ( informações do Jornalista Amaury Alencar.)