O superintendente da Autarquia de Meio Ambiente de Juazeiro do Norte (Amaju), Eraldo Oliveira, anunciou a instalação de um novo aterro sanitário no município em até três meses. Junto à declaração, foi apresentada a pretensão em criar o Distrito Industrial de Reciclagem, que deve reunir empresas capacitadas para o desenvolvimento de ações que promovam a reutilização de resíduos sólidos e contribuam para práticas sustentáveis. Com a decisão, o atual aterro controlado, que recebe diariamente 12 toneladas de resíduos domésticos, será desativado conforme a estabilização do novo equipamento.
As novidades foram divulgadas no I Simpósio Internacional de Negócios com Resíduos Sólidos, que ocorreu no Memorial Padre Cícero e reuniu representantes do poder público, de universidades, empresários, catadores e sociedade em geral. Como acredita Eraldo, o evento é um divisor na realidade de Juazeiro e, até mesmo, na da região. Através dele, um novo olhar é esperado para novas mudanças que possibilitem à sociedade, poder público e empresariado a conscientização sobre o destino necessário dos resíduos sólidos.
Quanto mais houver educação ambiental, políticas de resíduos sólidos, empresas reciclando e universidades pesquisando as tecnologias para transformarem esses produtos, haverá menos resíduos para os aterros”, afirma o superintendente. Ele explicou que o processo que culminou com o Simpósio teve início com estudo para apontar os resíduos, quantitativa e qualitativamente, motivando tanto planos de negócios com empresários como a aplicação de tecnologias que amenizem os problemas detectados.
O Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Gravimetria, coordenado pelo professor Gleysson Machado, engenheiro químico com especialização na área, foi acompanhado por profissionais de todo o Brasil e já é considerado referência a nível nacional. Realizado por estudantes de cursos como Engenharia Ambiental, Saneamento Ambiental, Engenharia de Materiais, Direito, Engenharia de Produção e Engenharia Química, o estudo pode resultar na criação de soluções para a questão dos resíduos.
Na pesquisa, as estudantes Renata Leite, Érika Romana e Sheltonlaine Rodrigues lideraram, respectivamente, grupos que analisaram sistema de coleta e transporte dos resíduos sólidos de Juazeiro, a geração de resíduos e atividades econômicas no município e a disposição final e transitória de resíduos sólidos.
Entre as informações coletadas e apresentadas no Simpósio, está o reconhecimento dos tipos de resíduos e de quem realiza ações de coleta no município; levantamento de empreendimentos que geram maiores detritos e quais produzem recicláveis dos mesmos; identificação de pontos transitórios que servem como pontos de resíduos, etc. É analisada, ainda, implantação de um biodigestor que pode contribuir para a redução de 50% do volume existente no aterro.
Como enfatiza o superintendente da Amaju, Eraldo Oliveira, para que ocorra o sucesso do projeto é necessário um esforço conjunto, desde o poder público à iniciativa privada. “A responsabilidade é compartilhada. Com o diagnóstico, as empresas podem implantar sua coleta seletiva”, ressalta. Como acredita Eraldo, cada um cumprindo sua responsabilidade e fazendo sua parte culminará na efetivação de um melhor ambiente, com uma nova concepção que só tende a contribuir para o problema do lixo
Com informações do Jornal do cariri