O salário do parlamentar vai passar de R$ 10 mil para R$ 12.600. O vencimento do chefe do executivo subirá para R$ 33 mil mensais e o do vice para R$ 21 mil, a partir de janeiro / Foto: Reprodução/TV Diário
A sessão dessa quinta-feira (27) na Câmara de Juazeiro do Norte, na região do Cariri, pode ir parar na Justiça. Manifestantes e alguns vereadores apontam ilegalidades nas votações; o projeto mais polêmico que foi aprovado autoriza o reajuste de 20% para os vereadores e 32% para prefeito e vice. O salário do parlamentar vai passar de pouco mais de R$ 10 mil para R$ 12.600. O vencimento do chefe do executivo subirá para R$ 33 mil mensais e o do vice para R$ 21 mil. Os novos valores entram em vigor a partir de janeiro.
Em meio a vaias e palavras de ordem, os vereadores iniciaram a sessão antes do horário habitual e votaram em alguns pareceres. De repente, o presidente da casa, Danty Benedito suspendeu a sessão e, pouco tempo depois, reiniciou os trabalhos. Apesar da manifestação e dos ânimos exaltados, os projetos foram votados e aprovados. Dos 21 vereadores, 18 compareceram. Destes, apenas 2 foram contra o reajuste dos parlamentares.
“Aconteceu todo o tipo de manobra. Para poder direcionar, votar e aprovar os aumentos. Os interesses dos vereadores são contrários aos interesses da população de Juazeiro do Norte que sofre muito com a falta de Saúde e Educação”, disse Cláudio Luiz (PT), vereador. “Esse aumento que foi dado, ele deveria ser mais bem pensado. Esse momento é complicado, o Brasil atravessar um momento difícil, alegou Normando Sócrates (PSDB), vereador.
Dante Benedito, presidente da Câmara de Juazeiro de Juazeiro do Norte-CE
Logo após a sessão, o presidente da casa tentou deixar as dependências da Câmara, as foi hostilizado pelos manifestantes. A Guarda Civil tentou controlar a situação. Após o episódio, os manifestantes resolveram continuar ocupando a Câmara, gerando desconforto entre alguns vereadores. O líder do prefeito Capitão Vieira Neto, classificou de “baderna” a permanência deles na casa e condenou os protestos. “Nós não estamos vendo aqui uma ocupação. Estamos vendo uma baderna e desrespeito para com os funcionários e para com os vereadores. Entendemos que toda a movimentação tem que ser feita, já que estamos em um estado democrático de direito. Mas não entendemos que essa é a forma correta”, disse.
Com a Câmara ocupada novamente, os estudantes estudam a possibilidade de anular a decisão da sessão na Justiça, já que, segundo eles, as votações foram ilegais. “Já começou ilegal. Ela já começou de trás pra frente. Ela só poderia acontecer um mês antes do período eleitoral. Estamos entrando com documentos aos órgãos públicos para anular a votação e o projeto”, disse a estudente Janine Sarmento
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