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Proposta que impede abordagem sobre ideologia de gênero é apresentada na câmara municipal do Crato

DA AGÊNCIA CARIRICEARALucion Oliveira – Foto: Jota Lopes/CariricearaPC do B emite nota repudiando matéria classificando-a de ofensiva conservadora da extrema direita.Adacho também demonstra insatisfação e promete mobilizar sociedade para evitar a censura ao debate sobre igualdade de gênero.Autor do projeto critica nota de entidades e diz que matéria seguirá em discussão, pois protege as crianças e a família cristã.Uma emenda à lei orgânica municipal do Crato vem causando polêmica nas redes sociais. A proposta impede a abordagem da ideologia de gênero na rede municipal de ensino e na rede privada. O autor é o vereador Roberto Anastácio (Bebeto) do Podemos, que contou com a assinatura de boa parte do parlamento.Além da polêmica ganhar as redes sociais, o diretório municipal do partido comunista do Brasil e a Adacho – entidade de defesa dos direitos da comunidade LGBT se posicionaram totalmente contra a ideia.Com dois artigos, a emenda em seu inciso primeiro diz ser terminantemente proibida na grade curricular da rede municipal de ensino e da rede privada a disciplina denominada Ideologia de Gênero bem como toda e qualquer disciplina que tente orientar a sexualidade dos alunos ou que tente extinguir o gênero masculino e ou feminino como gênero humano.Para o diretório municipal do PC do B não há boa fé em nenhuma iniciativa que objetive proibir a expressão do pensamento crítico e o livre debate sobre politica, história, questões de gênero e demais temas demandados pela contemporaneidade.A nota diz que a ofensiva conservadora levada a cabo pela extrema direita, disseminando ódio, intolerância, intolerância e violência, é descarada tentativa de promover o retrocesso ao fundamentalismo medieval que condenou muitas gerações às trevas da ignorância e à miséria social, favorecendo a corrupção e a exploração desenfreadas.A Associação de Defesa, Apoio e Cidadania dos Homossexuais – Adacho – distribuiu nota dizendo que se revolta com os retrocessos dos avanços das políticas sociais e o avanço de forças conservadoras, ficamos tristes com alguns parlamentares cratenses que propõem uma ementa que veta o ensino de ideologia de gênero nas escolas. Ao classificar de vergonhosa a proposta, ressalta que a educação para a diversidade não é uma doutrinação capaz de converter as pessoas à homossexualidade, como se isso fosse possível.O objetivo é criarmos condições dentro das escolas para que professores e alunos possam aprender e ensinar o convívio com as diferenças que naturalmente existem entre todos.A entidade emitiu outra nota com o título: discussão de gênero sim, discriminação não, convidando os movimentos sociais paraunir-se com o projeto que na sua opinião contribui para o aumento de casos de homofobia e bullyng nas instituições de ensino do Crato.O vereador Bebeto Anastácio, autor da proposta, rebateu as notas do PC do B e da Adacho, afirmando que a matéria objetiva salvaguardar as crianças e as famílias cratenses.Disse estranhar que, nenhuma das instituições tenham se posicionado contrária à proposta sancionada pelo governo Camilo Santana…“Eu estranho o comportamento do PC do B e da ADACHO, que o governador Camilo Santana que é do PT, é de esquerda acabou de sancionar uma lei proibindo a ideologia de gênero aqui no nosso estado do Ceará, e no Crato temos um lei municipal que é a lei plano municipal de educação que diz que nós devemos seguir o estado, então se o plano estadual está proibindo então aqui por força de lei nós temos que proibir. Esse é um fator legal, agora nós vamos para o fator predominante que é defender as nossas crianças e as nossas famílias”.Ele explica o que entende por ideologia de gênero e se diz contrário à proposta chamando a atenção das famílias para o que considera pornográfico, indecente e imoral…“A ideologia de gênero que querem implantar é ensinar as crianças que elas não nascem homem e nem mulher, que não existe masculino e nem feminino, nem macho ou fêmea, de acordo com as transformações culturais e sociais a criança poderá escolher lá na frente se é homem ou mulher diferentemente da natureza em qual nasceu. Essa ideologia de gênero a qual vai dar direito a criancinha de zero a dez anos estar tocando em genitália de adultos em sala de aula. Quem é que quer? Qual é a família que quer isso o pai ou a mãe, a ideologia de gênero que querem implantar é essa que vai dar direito a tudo isso, vai dar direito a panfletos como estão distribuindo aí de adultos ensinarem a crianças a se masturbarem, vai dar direito a todo tipo de material pornográfico indecente e imoral para apresentar as nossas criancinhas de zero até dez anos de idade. Sociedade, famílias de bem, vocês querem isso para os seus filhos? Uma criancinha de seis anos de idade na escola, segundo a ideologia de gênero pode a qualquer hora estar tocando a genitália de um adulto, porque assim a disciplina permite e os pais nada podem fazer, então vocês escolham se vocês querem dar a libertinagem ao ensino público sobre a sexualidade fiquem a favor de quem é a favor da ideologia de gênero, se vocês querem continuar preservando a inocência das crianças, o direito da família educar seus filhos sobre a sexualidade aí vocês fiquem do lado de quem está certo que é o lado da preservação da inocência das crianças e a preservação de nossas famílias”. Para ele, as instituições que emitirem nota contra a proposta estão querendo deturpar ao falarem sobre lei da mordaça…“Eles estão tentando deturpar dizendo que nós estamos implantando a lei da mordaça, é não isso eles estão querendo fazer confundir a cabeça da sociedade, nós não queremos isso porque a ideologia de gênero não fala nisso, nós somos favoráveis que nas escolas tenham politicas públicas e não doutrinas fascistas, tenham politicas públicas voltadas a orientar crianças, jovens e adultos, quem quer que seja, orientar que nós não devemos ser preconceituosos, nós não devemos ser homofóbicos, nós não devemos ser perseguidores, nós devemos respeitar e não impor como eles estão querendo impor a todo custo uma ideologia que vai acabar com a inocência, que vai acabar com as nossas famílias e com a inocência de nossas crianças. Nós respeitamos eles, então respeitem as nossas crianças, respeitem a nossas famílias”. O vereador Bebeto Anastácio disse que a apesar da reação contrária de alguns setores, não vai retirar o projeto. Observou que a comissão responsável fará uma correção ao projeto que não será de emenda à lei orgânica, mas ao plano municipal de educação, tornando mais fácil a sua aprovação…“Não vou retirar o projeto, o projeto já está na comissão, a comissão como analise já adiantou que não cabe como emenda a lei orgânica porque tem o plano municipal de educação, então a própria comissão vai transformar de emenda a lei orgânica em emenda a lei que é o plano municipal de educação no qual o quórum para aprovação é menor do que o necessário para uma emenda, então aí já nos dá uma folga e uma gordura maior pra que esse projeto seja aprovado, graças a Deus aprovado e banindo de vez de nossas escolas essa criminosa e irresponsável figura denominada teoria ideologia de gênero. Querem acabar com a inocência das nossas crianças e da nossa família e eu não vou permitir isso, se Deus quiser juntamente a todas as famílias de bem do nosso município, com todos os vereadores de bem do nosso município e com todos os cristãos”.O assunto causa polêmica toda vez que é posto nas casas legislativas. No âmbito estadual o plano de educação foi aprovado com 120 emendas, com debates calorosos e, claro, no Crato não seria diferente.Itens que tratam de educação de gênero, sexualidade e do combate à discriminação por orientação sexual foram os mais discutidos. Parlamentares contrários à incorporação destes tópicos se articularam para alterar o plano. Eles já haviam criticado que o poder público estava assumindo “obrigações que caberiam às famílias”.Entre os pontos mais polêmicos, a emenda que incluia a educação sexual nas escolas, de autoria de Renato Roseno (Psol), foi recusada por 12 votos a 7. Já a emenda do deputado David Durand (PRB) que impede uso de nome social nas escolas por crianças homossexuais foi aprovada.A “ideologia de gênero” é uma expressão usada pelos críticos da ideia de que os gêneros são, na realidade, construções sociais. Para os defensores desta “ideologia”, não existe apenas o gênero “masculino” e “feminino”, mas um espectro que pode ser livremente escolhido pelo indivíduo.A chamada “ideologia de gênero” representaria o conceito que sustenta a identidade de gênero. Consiste na ideia de que os seres humanos nascem “iguais”, sendo a definição do “masculino” e do “feminino” um produto histórico-cultural desenvolvido tacitamente pela sociedade.No Brasil, o debate sobre a “ideologia de gênero” se intensificou com a estruturação do Plano Nacional de Educação (PNE), em 2014. Neste caso, a proposta do Ministério da Educação (MEC) era incluir temas relacionados com a identidade de gênero e sexualidade nos planos de educação de todo o país.Os críticos à “ideologia de gênero” acusam esta de servir para doutrinação das crianças, desconstruindo os tradicionais conceitos de família, principalmente aqueles que estão baseados em preceitos religiosos.No entanto, os defensores da chamada “ideologia de gênero” alegam que o projeto visa reforçar a necessidade para que seja discutido identidade de gênero nas escolas, ajudando a diminuir o preconceito e promover uma futura sociedade com igualdade entre as pessoas.©Todos direitos reservados a Caririceara.com. O conteúdo não pode ser publicado, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização. Passível de ação judicial com base na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 dos Direitos Autorais.
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