Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
CGU concluiu que registro
de imunização do ex-presidente é falso
A Polícia Federal (PF) indiciou nesta terça-feira
(19) o ex-presidente Jair Bolsonaro por fraude em cartão de vacinação para
covid-19. Em janeiro, a Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que é falso
o registro de imunização contra a doença que consta do cartão de vacinação de
Bolsonaro. A investigação originou-se de um pedido à Lei de Acesso à Informação
(LAI) formulado no fim de 2022.
Os dados atuais do Ministério da Saúde, que
aparecem no cartão de vacinação, apontam que o ex-presidente se vacinou em 19
de julho de 2021 na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, na zona norte
de São Paulo. A CGU, no entanto, constatou que Bolsonaro não estava na capital
paulista nessa data e que o lote de vacinação que consta no sistema da pasta
não estava disponível naquela data na UBS onde teria ocorrido a imunização.
Em seu perfil na rede social X, antigo Twitter, o
advogado de Bolsonaro Fabio Wajngarten criticou a divulgação do indiciamento.
“Vazamentos continuam aos montes, ou melhor aos litros. É lamentável quando a
autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter
revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”, escreveu.
Ex-ajudante indiciado
O coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de
Bolsonaro, também foi indiciado pela PF. Ele é apontado como articulador da
emissão de cartões falsos de vacinação contra a covid-19 para o ex-presidente e
familiares dele. Em novo depoimento à PF na semana passada, Mauro Cid chegou a
responder a perguntas sobre a investigação.
Esta foi a sétima vez que Mauro Cid esteve na
Polícia Federal. Em três delas, ficou em silêncio. Após firmar acordo de
delação premiada, o coronel passou a responder a todas as perguntas feitas nos
últimos quatro interrogatórios.
A reportagem entrou em contato com a defesa de
Mauro Cid e aguarda um posicionamento.
*Conteúdo da Agência Brasil